"Escolha o leitor uma palavra qualquer, diga-a muitas vezes seguidas - pouco a pouco, irá perdendo sentido e densidade, até se transformar num articulado sonoro incoerente, que nada exprime já. Chegado a esse ponto critico nasce em si um movimento de pânico; precisa de recuperar a palavra destruída, amassá-la de novo no complexo das emoções que lhe restituirão a antiga e familiar fisionomia. É uma experiência simples que serve para mostrar a que extremos precisamos das palavras para continuarmos a ser."
In Deste Mundo e do Outro de José Saramago
Usamos determinadas palavras demasiadas vezes. Palavras que só por si tem uma carga forte demais para serem banalizadas no nosso quotidiano. Por exemplo: a Rita dizia muitas vezes "amo-te". A Rita já não o diz... Não agora. Sabe que as palavras se gastam. E começa a intender melhor essa história que há um tempo certo para tudo, até para as palavras.
Mexa os ovos e adicione o queijo, o sal, a pimenta e a água. Numa frigideira anti-aderente, aqueça o azeite, espalhe os ovos com o queijo, deixe fritar por 3 minutos, vire e.. nasce assim mais um blog!
domingo, 6 de outubro de 2013
domingo, 31 de março de 2013
Soneto de Fidelidade
"De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."
Vinicius de Moraes
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."
Vinicius de Moraes
terça-feira, 26 de março de 2013
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Mazurka
Foi quando os corpos
ingénuos e tímidos tocaram-se com a desculpa de uma dança. Sentiram a terra quente e a água doce do Norte misturada com o suor do corpo. Não se olharam uma única
vez... Ela fechou os olhos. Ele sentiu o cheiro do vinho e do mel. E como tinha sido prometido, aquela noite durou
uma valsa e uma mazurca.
Ao Andanças, a todas as danças que já dançei e sobretudo a todas as entregas.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Lugar Estrangeiro
Ele: Os teus passos são difíceis de acompanhar.
Ela: Não. É a nossa dança. Não é a mesma.
Ele: São os corpos? É
a música que ouvimos? É o espaço que habitamos? É o quê?
Ela: Vamos tentar um lugar estrangeiro? Tentaremos uma terra
diferente, um cheiro diferente!
Ele: Tentaremos. Talvez consiga de novo entender os teus
passos.
Ela: Não quero que me sigas.
Ele: Não te vou seguir, vamos caminhar lado a lado…
Ela: Até voltarmos a dançar de novo? Óptimo. Já tenho
saudades…
Rita in Lugar dos Devaneios
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